Por 1.087 votos a 409, servidores do Tribunal de Justiça deixaram clara a rejeição à atual Diretoria em assembleia que determina o rumo das eleições |
Na manhã do último domingo (26), os membros da Comissão Eleitoral das eleições do Sindicato dos Trabalhadores no Judiciário (Sinjur) se reuniram para deliberar sobre o acatamento ou não da decisão tomada pelos filiados na Assembleia realizada na sexta (24), sobre a melhor interpretação do Estatuto da entidade.
Na sexta-feira, pelo maior placar já registrado em uma consulta sindical em 34 anos de sindicato, a maioria absoluta dos filiados decidiu, por 1.087 a 409, a autorizar a comissão eleitoral não aplicar a alínea “d” do art. 75 do Estatuto do Sinjur, diante da inexistência de uma lista de presença que comprove a participação em assembleia convocada pelo sindicato, definindo por não ser suficiente a lista de votação.
A determinação acima foi aprovada por mais de 72% dos votantes. Pela primeira vez na História do Sinjur houve uma convocação de assembleia pela base, com quase mil assinaturas e participação expressiva na assembleia.
“Esse resultado evidenciou a rejeição da presidente da entidade, Gislaine Caldeira, e seu grupo, que fez campanha aberta pelo voto ‘não’, que teve o apoio de apenas 409 filiados”, destacou o candidato da chapa 2, André Coelho.
Apesar do avassalador resultado da assembleia, a presidente da Comissão Eleitoral, Solange Gonçalves, desrespeitou o que foi decidido, sob o argumento de que a Assembleia estava mandando descumprir o estatuto. O voto da presidente foi seguido pelo membro Waldemar Trajano.
O único voto pelo respeito à decisão da Assembleia foi do membro Fredson Luiz Carvalho Mendes, que foi contundente em dizer que "não seguindo o decidido em assembleia, ofende o servidor filiado e ofende o que foi votado em assembleia. É um absurdo desrespeitar a decisão da categoria, porque é uma decisão coletiva, e a comissão é uma entidade transitória".
Solange integrou a Comissão eleitoral nas eleições passada, quando Gislaine foi reeleita para o comando da entidade. “Naquela ocasião, Solange foi favorável ao que foi decidido agora pela vontade da maioria da base na Assembleia. Fica a pergunta: qual o interesse da presidente da Comissão em mudar sua posição e desrespeitar a decisão soberana da Assembleia?”, questiona André Coelho.
O candidato a presidente pela Chapa 2 lamentou “o desrespeito da Comissão com a maior instância do sindicato, que é soberania em suas deliberações”.
“Uma obrigação somente pode ser exigida se houver possibilidade de cumpri-la. No caso da exigência de participação em assembleia do sindicato, o único documento que a entidade apresentou para certificar é a lista de votação, que não se confunde com lista de presença. Logo, se não é possível cumprir essa obrigação, ela tem que ser superada, conforme regra das obrigações no direito civil”, completou André.
O líder da Chapa 2 disse que irá “buscar uma medida judicial a fim de colocar ordem no pleito eleitoral, pois a Comissão Eleitoral jamais pode desrespeitar uma decisão da Assembleia, que foi convocada e decidida legitimamente pelos filiados”.
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