Uma Audiência Pública foi realizada na manhã da última sexta-feira (14), no auditório da Assembleia Legislativa de Rondônia, para debater sobre "Furtos de Fios que aumentam vertiginosamente na Capital". A iniciativa do encontro foi proposta pelo Deputado Eyder Brasil (PL).
A mesa foi composta, além do deputado, pelo delegado Paulo Caquiones; Tenente Coronel da Polícia Militar, Robson; Major da Polícia Militar, Amorim; Capitão da Polícia Militar, Castro; e Gustavo Beltrame – presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano de Porto Velho (Emdur). Outros convidados para debater o tema foram também: Adriano Campigotto – supervisor de rede da Claro; Gabriela Castro – engenheira eletricista da Emdur; Marco Antônio – analista de Patrimônio da OI; e Eduardo Pires – Diretor Técnico da Emdur.
Espaço Alternativo
O primeiro dos convidados a fazer uso da palavra foi o presidente da Emdur, Gustavo Beltrame, que lamentou que o furto de fios ocorra com frequência na capital e em qualquer lugar. Ele lembrou do furto ocorrido no Espaço Alternativo. “No começo de março, tivemos uma ocorrência onde detectamos que aquela passarela, um monumento bonito, entregue pelo Governo de Rondônia, teve os fios de energia totalmente furtados. Furtaram todos os cabos e fios e o que não conseguiram foram todos danificados”, revelou.
Ele contou que uma equipe da Emdur foi até o local e ficaram por dez dias trabalhando para refazer toda a fiação. O trabalho ficou pronto em uma sexta-feira e, no domingo, furtaram novamente.
BR-364
Para ilustrar ainda mais a situação, o presidente da Emdur, Gustavo Beltrame, citou outros exemplos, como a iluminação do Trevo do Roque até a Universidade Federal de Rondônia (Unir) e até a Faculdade Faro, ambos na BR 364, onde a iluminação da estrada não existe, pois também foram furtados a fiação e os transformadores.
O capitão PM Castro, representando o 5º Batalhão da PM, que atende a zona Leste, da capital, também fez uso da palavra onde agradeceu a participação no encontro. Também se pronunciou, o major PM Amorim, que elogiou a iniciativa da Assembleia Legislativa, de se debater o furto de fios elétricos na cidade. Para ele, é importante que o assunto esteja em pauta. “A questão é que quando fio daquele é retirado, ele não atinge uma pessoa específica. Nesse caso, do roubo de fios de cobre, muitas pessoas são prejudicadas. Não podemos ser hipócritas de dizer que vamos acabar com a situação do crime, mas vamos minimizar. Normalmente, quem tira esses fios, é o indivíduo que usa para consumir entorpecentes. Existe uma conexão muito grande em relação a isso”, declarou.
Informação
A palavra foi concedida ao tenente-coronel da Polícia Militar, Robson, que mostrou um mapa de Porto Velho, com os locais onde houve furto de cabos elétricos em 2022. O policial reforçou a importância de investir em dados para ter informações precisas sobre as ocorrências criminais. Falou também que o problema desses furtos na capital, não se restringe apenas ao assunto em pauta no encontro. “Temos também furtos de cabos de fibra ótica, hidrômetros. Só em Porto Velho foram 203 hidrômetros furtados no início do ano. Fomos saber o motivo e descobrimos que cada hidrômetro tem 900 gramas de cobre. Ou seja, há um mercado ilícito de cobre”, declarou.
O delegado Paulo Caquiones, representando a Polícia Civil de Rondônia, foi convidado pelo deputado Eyder Brasil a fazer uso da palavra. Ele contou que desde o início do ano foram subtraídos 4 mil quilômetros de fios das concessionárias de energia e de telefonia em todo o país. “Á Polícia Civil cabe investigar o fato, constatar a materialidade do crime e a autoria. Nesse caso, como já foi comentado, em regra, esses furtos de fios são praticados por pessoas viciadas em drogas. Esse tipo de crime acaba compensando, pois, é difícil identificar, quando ele pratica o fato e é preso pela PM, é autuado em flagrante e depois está na rua. Minha opinião é que nossa legislação é branda. Quem fomenta esses crimes são os receptadores”, avaliou.
Lei 5305
O deputado Eyder Brasil, lembrou da Lei Estadual 5305, votada esse ano na Assembleia Legislativa, que prevê multas para os estabelecimentos que adquirirem esses materiais, sem a comprovação da origem. “Precisamos regulamentar essa lei. Não adianta uma lei estar vigente sem ter uma regulamentação. Essa audiência vai contribuir para isso, colocarmos os pingos nos ‘is’. A fiscalização tem que ser feita no receptor desses materiais”, declarou.
Em seguida, abriu-se para os debates entre todos que estavam participando da audiência pública.
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