OPINIÃO DE PRIMEIRA – POR SÉRGIO PIRES- DOMINGO – 03.10.2021
Mudou tudo! De uma hora para outra, como sempre ocorre na política, a nuvem trocou de lado. O novo partido, surgido da fusão do PSL e do DEM, que se chamará União Brasil e terá o número 44, será comandado, em nível nacional, pelo deputado Luciano Bivar, atual comandante geral do PSL. Pois foi com ele que o governador Marcos Rocha e seu chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, acertaram os detalhes sobre como funcionará a nova e poderosa sigla em Rondônia. Conforme informações oficiais vindas do grupo palaciano, o acordo com Bivar determina que será de Marcos Rocha (e não do senador Marcos Rogério), o comando regional da nova sigla. Fica claro, portanto, que o convite de Bivar para Rocha comandar por poucos dias o PSL no Estado, fazia parte do pacote do novo acordo, que colocaria nas mãos do chefe do governo rondoniense a chefia do novo partido. Além disso, mesmo que tenha tons de oposição do governo Bolsonaro, em nível nacional, por aqui, por motivos óbvios (Rocha é um dos aliados de primeira hora do Presidente), a linguagem não será opositora. A fusão será consolidada na próxima quarta-feira, dia 6 e a partir dali começará a ação do novo partido, que aqui em Rondônia ficará, caso mantidas as conversações até agora feitas, sob o comando do Governador e seu grupo.
Com isso, tudo muda no quadro político estadual. Se Marcos Rocha ficar mesmo com todas as decisões em suas mãos, certamente não haverá espaço para Marcos Rogério ou, se houver, ele ficará na condição de opositor ao atual Governo rondoniense, dentro da sigla e terá que buscar apoios na base partidária para conseguir uma eventual indicação para disputar o Governo, que é seu grande plano político para o futuro próximo. Tanto na situação anterior, quando se dizia que o União Brasil iria para as mãos de Marcos Rogério, como agora, com a nova perspectiva, há pouco espaço para tantas lideranças. O que pode ocorrer é que o senador de Ji-Paraná procure outra sigla para abrigar sua candidatura. Na presidência do União Brasil regional, Rocha tem condições de organizar o partido, com ampla maioria dos membros do diretório lhe dando apoio. Contudo, não há como se ignorar o poderio eleitoral de Marcos Rogério, que quer interromper a caminhada de Rocha na direção de um segundo mandato. Ao imbróglio político, mais cedo ou mais tarde, terá que pousar a mão do próprio Bolsonaro. Será uma missão duríssima, porque é de uma complexidade inimaginável agradar a dois aliados que têm os mesmos planos e que estão em cantos opostos do ringue político. Como ele fará para agradar dois aliados tão importantes? Isso é impossível de se prever. Mas a certeza é de que o emaranhado de interesses é de tal grandeza, que, como terá que fazer em outras regiões com problemas semelhantes, Bolsonaro terá que ter sensibilidade e inteligência para não perder nenhum dos seus mais importantes parceiros. O assunto ainda vai render muito, nas próximas semanas.
PROTESTOS CONTRA BOLSONARO EM DEZENAS DE CIDADES DO PAÍS. TAMBÉM EM PORTO VELHO
A previsão é de que, neste sábado, em cerca de uma centena de cidades brasileiras, milhares de pessoas tenham participado de um grande protesto contra o presidente Bolsonaro e seu governo. A intenção era realizar o maior movimento antigoverno até agora registrado. Nas maiores cidades do país, a presença de público foi significativa, como em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas na maioria delas, repetiu-se o que ocorreu em outras manifestações da oposição: menos gente do que os organizadores esperavam. O protesto do sábado teve apoio de uma dúzia de partidos políticos de oposição, além das centrais sindicais e de pré-candidatos à Presidência em 2022, com exceção de Lula, que, mais uma vez, não estava agendado para participar dos eventos de rua. Em Porto Velho, a concentração ocorreu no tradicional ponto de encontro dos oposicionistas, a Praça das Caixas D´Àgua. O número de participantes foi um pouco maior do que a média anterior, mas nada que pudesse dar sintomas de que os antibolsonaristas, na Capital rondoniense, tenham conseguido mobilizar muitas pessoas. No cômputo geral do país, os protestos contra o governo ficaram muito longe, em termos de público, das enormes manifestações pró-governo de 7 de setembro.
O QUE FAZER QUANDO SE QUER EMPURRAR UMA DECISÃO COM A BARRIGA? CRIA-SE UM “GRUPO DE TRABALHO”!
Deu a lógica. Ao pedido do governo de Rondônia de zerar o ICMS para o gás de cozinha, os secretários da Fazenda de todo o país, que compõem o Conselho Fazendário Nacional, o Confaz, não disseram não, mas saíram pela tangente, empurrando o assunto com a barriga. A decisão do encontro nacional, via internet, da sexta-feira, foi aquela que se conhece muito bem, quando os órgãos públicos nada querem resolver: criar um grupo de estudos. Ou seja, o Confaz vai fazer exatamente isso, ao menos até a semana que vem. A intenção, se concluiu, foi envolver também o governo federal no debate, para que se encontrem caminhos para uma decisão nacional, ou seja, que valha para todos os estados brasileiros. Obviamente que tal decisão pode demorar meses, se é que um dia será tomada, porque há Estados que não querem abrir mão de um só centavo do ICMS, a menos que tenham algum tipo de compensação. Mesmo assim, os representantes da Sefin, em nome do governo rondoniense, vão continuar tentando implantar a medida que beneficiará grande parte da nossa população.
OPINIÃO: CONFRONTOS ENTRE PARTIDOS DE EXTREMA DIREITA E EXTREMA ESQUERDA EM RONDÔNIA
A pedido do jornalista Felipe Corona, do site Rondoniaovivo, este editor do blog Opinião de Primeira foi convidado a opinar sobre um eventual confronto de políticos, que representam o extremismo de direita e esquerda, para as eleições do ano que vem. Agradecido pelo convite e pela deferência do site, entre os mais importantes do Estado, o texto escrito sobre o tema, na íntegra, foi o seguinte: “a política muda constantemente, mas, neste momento, não vejo, em Rondônia, confronto de extremos (direita e esquerda), na disputa eleitoral do ano que vem, tanto na disputa ao Governo quanto à Presidência. Não há hoje, no Estado, um só nome de peso, representando a esquerda, com chances reais de disputar o Palácio Rio Madeira/CPA. Os principais pretendentes na corrida pelo governo, todos são bolsonaristas: Ivo Cassol (se puder concorrer), o governador Marcos Rocha e o senador Marcos Rogério”.
A BRIGA SERÁ DA DIREITA CONTRA A DIREITA. E FÁTIMA É O ÚNICO NOME DA ESQUERDA
Em matéria especial do site, também pode-se ler opiniões de outros nomes, todos muito importantes no contexto dos analistas da nossa política. No texto enviado ao site por esse jornalista, a opinião prossegue: “embora não haja pesquisas recentes, as últimas de que se tem notícia dão Bolsonaro disparado, na guerra pelo Palácio do Planalto. Talvez o único nome viável ainda, nos partidos mais à esquerda, numa disputa pelo Governo, seja Fátima Cleide. Quem mais? Então, neste momento (é sempre bom lembrar que as nuvens da política mudam de lugar todos os dias!), a disputa em Rondônia será direita contra a direita. E em relação à corrida presidencial, Lula ainda está muito, mas muito longe de reconquistar o eleitorado que já teve. Se a eleição fosse hoje, Bolsonaro ganharia fácil no Estado. Mas ainda falta um ano para a eleição, é bom lembrar!”.
MEDALHA JORGE TEIXEIRA É ENTREGUE A DEZENAS DE PERSONALIDADES, PELA SESDEC
Na mesma sexta-feira em que a Câmara Municipal entregava 18 títulos de Cidadania, a Secretaria de Segurança do Estado também homenageava personalidades civis e militares, agraciando-as com a Medalha do Mérito Governador Jorge Teixeira. Receberam a condecoração 21 autoridades civis, (secretários e membros das equipes de governo); outras 31 personagens, de diversas patentes, da Polícia Militar e, ainda 17 policiais civis. As medalhas foram entregues, em solenidade da Sesdec, comandada pelo secretário Coronel José Hélio Pachá. Entre os agraciados, os secretários Fernando Máximo (Saúde), Suammy Vivecananda (Educação), Elias Rezende (DER) e Jobson Bandeira (Secucel). Entre os PMs, dois coronéis: Plínio César Cavalcanti e o médico Carlos Robero Vieira. Na relação de policiais civis agraciados, quatro delegados (Evanilson Calixto Ferreira, Milton Santana da Silva, Vinicius Lucena Bastos e Vital Ottoni), além de duas delegadas (Fabiana Brandani e Janaina Xavier Wessel).
BANDIDÕES ESTÃO À SOLTA, MAS JEFFERSON CONTINUA PRESO POR CRIME DE OPINIÃO
São 51 dias preso. Na democracia brasileira, onde um assassino tira uma vida ou mais de uma e, apresentando-se à polícia fora do flagrante, pode responder por seus crimes em liberdade, um político que diz o que pensa é preso e fica na cadeia. O caso é do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que atacou com veemência e até de forma virulenta (sempre através de palavras, nunca por atos), ao Supremo Tribunal Federal. A prisão foi pedida pela Polícia Federal, alegando que Jefferson estaria liderando “atos antidemocráticos” ou seja, emitiu opiniões que, em qualquer ditadura no Planeta, o levaria à prisão ou, quem sabe, à morte, mas nunca num país verdadeiramente democrático. Aqui, neste Brasil em que o governo não governa e onde a minoria dita como a sociedade deve se portar; onde o principal tribunal do país ignora a Constituição, quando um dos seus ministros abre um inquérito, lidera as investigações e manda prender, Roberto Jefferson é um perigoso facínora, ao ponto de ser mantido enjaulado. Exagerou? Claro que sim. Terá que responder por suas palavras e atos. Mas ao tentar transformá-lo em facínora, com tantos bandidos soltos, com tantos traficantes nas ruas, alguns deles soltos pelo próprio STF, fica claro que as leis brasileiras são aplicadas, eventualmente, dependendo da posição ideológica do cidadão. A prisão, apenas por posições de opinião (e embora isso só valha para um lado!), é uma clara demonstração de que, dependendo da cara do freguês, usa-se as benesses da lei ou o peso dela.
PROJETO DE NAZIF DÁ NOME DE DOM MOACIR À PONTE DO ABUNÃ, ENTREGUE ESTE ANO
Projeto do deputado rondoniense Mauro Nazif, já aprovado nas comissões da Câmara, dá o nome do arcebispo Dom Moacir Grecchi à ponte recém inaugurada sobre o rio Madeira, na Ponta do Abunã. A intenção é homenagear a memória de um religioso que, segundo ele, serviu como ponte entre Rondônia e Acre e que foi um grande defensor das minorias, como as populações mais pobres e os índios. Figura muito respeitada na Igreja Católica da região, Dom Moacir era um importante defensor da Teoria da Libertação, uma ala mais à esquerda do catolicismo, que durante muitos anos teve grande poder, inclusive elegendo um Papa, o hoje maior dirigente da Igreja no mundo, o Papa Francisco. Era também um importante porta-voz dos chamados movimentos populares. O projeto de Nazif, agora, vai andar em outros caminhos da Câmara, até ser aprovado pelo Congresso e, depois, enviado ao presidente da República, para ser sancionado. Normalmente, um projeto desses demora alguns anos, como foi o caso do que foi proposto pelo falecido senador Odacir Soares, dando os nomes da dupla Rondon/Roosevelt à primeira ponte sobre o Madeira, na BR 319.
MAIS UM ABSURDO: DEFENSORIAS PÚBLICAS TENTAM CRIMINALIZAR CONSELHO DE MEDICINA
A politização da pandemia continua em alta, com grupos aparelhados tentando, a todo o custo, criminalizar quem pensa diferente. O caso de defensores públicos de dez estados (todos com governantes de oposição), tentando indenizações milionárias do Conselho Federal de Medicina, em torno de 60 milhões de reais, porque o CFM teria apoiado o tratamento precoce, é apenas mais uma aberração neste contexto doutrinário, que jamais priorizou a vida dos doentes, mas sim as ideologias. Todo o pano de fundo é a tentativa de atingir, fazer medo, tratar como se bandidos fossem, todos os que falam a mesma linguagem do presidente Jair Bolsonaro, o grande alvo de toda essa conversa agressiva e, lamentavelmente, apoiada por vários setores do Judiciário, principalmente o STF, cada vez mais politizado. Qual o crime que cometeu o Conselho Federal de Medicina? Basicamente o de defender o direito (e o dever) do médico, de decidir o tratamento ao paciente e de fazer de tudo ao seu alcance para tentar salvar sua vida. Ao condenar o uso de medicamentos que, embora não reconhecidos oficialmente, salvaram sim, milhares e milhares de vidas, a tentativa é de tirar do médico e do paciente o amplo direito a tratamentos que sejam combinados entre eles. A ação contra o CFM, portanto, é mais uma daquelas que dão nojo em quem não aceita ter a única verdade imposta por quem quer derrubar um governo e, para isso, usa todas as armas, inclusive a vida alheia.
PERGUNTINHA
Faltando exatamente um ano para as eleições de 2022, você já anda pensando em quem vai votar para Presidente, Governador, Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual?