Moradores dos distritos de União Bandeirantes, Nova Mutum-Paraná e Jaci-Paraná, na região de Porto Velho, foram beneficiados com um mutirão de saúde em hanseníase, realizado pelo Governo de Rondônia com o objetivo de detectar novos casos e orientar sobre os sinais e sintomas da doença. Dos 80 atendimentos, sete novos casos foram detectados. O número é considerado elevado pelas equipes de saúde, que chamam a atenção da população para presença de manchas, caroços, áreas da pele dormentes ou engrossamentos dos nervos, que podem indicar a presença da hanseníase.
Albanete Araujo de Almeida, coordenadora estadual do Programa de Hanseníase na Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), explica que o mutirão foi realizado no período de três dias, em parceria com equipes da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho (Semusa) e contou com abordagens diferenciadas. “Em União Bandeirantes, por exemplo, fomos para a rádio e convidamos a população para participar. No entanto, nas três localidades, contamos com o apoio dos agentes comunitários de saúde, que informaram aos moradores sobre os atendimentos nos dias dedicados ao mutirão”, detalha.
A coordenadora explica que a parceria entre as equipes de Saúde foi fundamental para o êxito das ações. “A ação contou com integração entre os profissionais da Vigilância Estadual, Vigilância Epidemiológica e Atenção Básica do município de Porto Velho e com o apoio dos profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde, sem contar a parceria dos agentes de saúde, médica e enfermeira da Policlínica Oswaldo Cruz, referência estadual em hanseníase. O envolvimento de todos foi o resultado do sucesso do mutirão”, destaca Albanete.
Os atendimentos foram realizados nos dias 24, 25 e 26 de agosto, com atuação de sete profissionais de saúde, que atenderam nas unidades locais. Em União Bandeirantes, 33 pessoas foram consultadas, com quatro casos novos diagnosticados. Em Nova Mutum-Paraná foram realizados 13 atendimentos e nenhum caso novo e em Jaci-Paraná foram realizados 34 atendimentos, com três casos novos.
“Temos que observar que foram identificados casos novos em pelo menos 8% das pessoas atendidas, um número alto”, considera Gilvander Gregório de Lima, diretor-geral da Agevisa. “O governo do Estado preocupado com a saúde do cidadão orienta que ele e sua família procurem ajuda o quanto antes, ao perceber qualquer sintoma pois esta enfermidade tem cura e requer cuidados especiais”, pondera o diretor.
ATENDIMENTOS ESPONTÂNEOS
Além de atender aos casos suspeitos de hanseníase, observados previamente pelas equipes de Agentes Comunitários de Saúde, o atendimento foi aberto à comunidade com qualquer sinal ou suspeita da doença. Em uma das situações, uma idosa participou do atendimento como convidada. “Ela não apresentava sintomas aparentes e sim, um sinal (“pinta no rosto”) e por incrível que pareça, após a consulta foi identificada uma mancha na coxa (dormente) e o atendimento dessa senhora configurou um novo caso”, diz Edkley Trindade, técnico da coordenação de hanseníase da Agevisa. “Por isso pedimos todo o empenho das equipes de Saúde durante os atendimentos: se procurar, provavelmente encontremos mais e quanto mais rápido esses pacientes iniciarem o tratamento, melhor”, finaliza.