O avanço da vacinação é importante para conter a disseminação da doença. Em toda a Amazônia brasileira, 36.259 casos de coronavírus foram confirmados.
O número de indígenas com Covid-19 em Rondônia chegou a 2.352, além de 30 casos suspeitos, segundo dados da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) divulgados na quarta-feira (24).
Ainda segundo a Coiab, 46 indígenas de 17 povos diferentes morreram vítimas da doença no estado. Em toda a Amazônia brasileira, 36.259 casos de coronavírus foram registrados, atingindo 149 povos.
Casos de Covid-19 na Amazônia Brasileira
Estados | Casos registrados | Mortes |
Acre | 2520 | 31 |
Amazonas | 9029 | 304 |
Amapá | 1638 | 21 |
Maranhão | 2023 | 69 |
Mato Grosso | 4806 | 160 |
Pará | 7043 | 110 |
Rondônia | 2352 | 46 |
Roraima | 5635 | 119 |
Tocantins | 1213 | 19 |
O levantamento é feito baseado em informações de lideranças indígenas, notas de falecimento da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e profissionais de saúde.
Vacinação
Conteúdo falso pelo WhatsApp, missionários estrangeiros pregando contra imunização tem dificultado trabalho de agentes de saúde, segundo relatos — Foto: Adriano Gambarini/Opan
O avanço da vacinação é importante para conter a disseminação da doença na Amazônia. Até a quarta-feira (24), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que em Rondônia, 5.483 indígenas foram vacinados com a primeira dose da vacina contra Covid e 2.619 tomaram também a segunda.
Neste momento, entre as principais preocupações de lideranças indígenas está a disseminação de notícias falsas. Há relatos que até movimentos religiosos, sem respaldo científico, já emitiram informações contrárias à vacinação, fazendo com que os indígenas tenham dúvidas sobre a segurança das doses e recusem tomar a vacina.
Indígenas desaldeados
A Justiça Federal determinou nesta semana, através de liminar, que a União e o governo de Rondônia incluam os indígenas desaldeados como público-alvo da primeira etapa da vacinação contra a Covid-19. A decisão ocorreu após o Ministério Público Federal (MPF) mover uma ação requerendo a imunização, ainda na fase 1, dos indígenas que vivam em áreas urbanas ou de contexto urbano no estado.
Conforme o MPF, o estado deve assegurar que a vacina esteja disponível para fornecimento, conforme quantitativo apontado pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Porto Velho e Vilhena (RO). As doses serão disponibilizadas aos indígenas cadastrados no Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (Siasi).
Entre os argumentos levantados na ação, está o de que muitos indígenas que estão nas cidades foram expulsos de suas terras tradicionais por invasores como grileiros, madeireiros e grileiros, por insegurança econômica, ausência ou precariedade de serviços básicos ou para trabalhar e estudar.